1976-07-09.JORNAL DO BRASIL.EXIGENCIAS OPOSICION
Publicado: 1976-07-09 · Medio: JORNAL DO BRASIL
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14 - INTERNACIONAL Filósofo dis que URSS não lidera PCs Paris — "O que aconteceu na Conferência dos Par- tidos Comunistas Europeus, no fim de junho último, é bem mais importante do que o XX Congresso do PO Soviético, que, 19 58, 'denunciou Stalin sem cri- ticar realmente o sistema o stalinismo" — que gerou afirmou o filósofo marxista Roger Garaudy, expulso do PC Francês em 1970. em Em artigo publicado no Le Monde, sob o título "Dessacralização do mito soviético e esperança eocla- lista", Garaudy congratula- se pelo fato de ter Georges M a rchais, secretárlo-geral do PCP, retomado os temas essenciais de Enrico Berlin- guer, dò PC Italiano, e San- tiago Carrlllo, do PC Espa- nhol (os mesmos temas que levaram Garaudy à expul- são do Bureau Político da PCP), que constitue a início de um possível pro-. gresso político". "o Garaudy escreve, entre outras coisas, que "o essen- ciai é considerar essa dessa- cralização da política sovié- tica não como ponto de chegada mas como ponto de partida para um renas- cimento do socialismo. Res- a hipoteca "stalia- gatada na", o movimento comunis- ta — pelo menos a parta que não está sob ocupação soviética — poderá conhc- cer uma nova primavera". Temor tira jornalista de Moscou Moscou — O jornalista norte-americano Alfred Friendly, correspondente do semanário Newsweek, via- jou ontem de Moscou para Viena, sem indicar se volta-, rá. A notícia surpreendeu j o r n alistas e diplomatas ocidentais na União Soviéti- ca, pois se esperava que Friendly .tivesse a intenção de acompanhar até o fim o processo que move contra a revista Literaturnaia Ga- zcta. recorreu Acusado pela publicação soviética de ser um agente da CIA, serviço secreto o dos Estados Unidos, o jor- n alista à Justiça de Moscou em defesa de sua honra profissional. Sus- tentou diante do Tribunal que a Literaturnaia .Gazeta praticara um atentado con- tra sua dignidade, difamara sua honorabilidade e sua reputação de jornalista. Friendly pediu ao Tribunal à revista que "uma em que afirme que suas acusações não correspondem à veida- de" e que os editores devem apresentar desculpas. retratação imponha ACEITO O DESAFIO Recolhendo a luva lança- da por Friendly, a Litera- turnàia Gazeta sustenta agora que o jornalista nor- te-americano não resolverá as coisas tão facilmente e será condenado. "Possuímos um material de tal modo convincente sobre o traba- lho desse "correspondente" que, estamos certos, haverá não apenas uma condenação moral deste senhor mas também um castigo penal, como é previsto nas leis so- viétlcas." Arevista acusou de espio- nagem não só Friendly, mas também outros correspon- dentes norte-americanos: Chrlstopher Wren, do New York Times, Georges Krimsky, da agência Asso- ciated Press, em oportuni- dades diferentes, desde 26 de maio a fins de junho úl- timo. Os outros dois jorna- listas caso não se uniram à ação penal promovida por Friendly. envolvidos no Vaticano negocia com Praga a do Governo Cidade do Vaticano — Vi- ajou para Praga, fim de iniciar colóquios com mem- bros tcheco- eslovaco, o Arcebispo Luigl Poggi, Núncio Apostólico com encargos especiais, acompanhado cio Padre John Bukovsky. O encontro fora previsto término das reuniões em Roma, en- tre delegações da Santa Sé tcheco -eslovacas, em e dezembro passado. no os que No Vaticano, a Cúria da Companhia de Jesus anun- ciou seis últimos jesuítas estrangeiros — dois franceses, u m canadense, um e dois espa- nhóis — abandonaram quarta-feira o Vietnã. italiano - * (cid:127)"tf: ' M»dri/UPI JORNAL DO BRASIl Q Sexta-feira, 9/7/76 ? 1? Caderno Governo de Soares vai se instalar sob crise Lisboa — O Ministro das Finanças, Salgado Zenha, um dos principais ho- mens do PS, está assumindo a carga de impopularidade que as medidas de emer- gência fatalmente carregam, isso pretende aliviar o Governo socialista que se instalará sob a chefia de Mário Soa- res. e com O racionamento de energia elétrica — com to&as as conseqüências — já co- meçou. Os impostos profissional e com- terão um acréscimo de 10%. plementar O Imposto de capital e a contribuição in- dustrial serão aumentados. E a fiscali- zação vai apertar para reduzir a evasão e diminuir o déficit das contas do Estado Gasta-se demais Segundo o Instituto Nacional de Es- (cid:127)tatistica, os preços de abril a abril subi- ram 15,5% em Lisboa e 14,1% no Porto (a habitação não está incluída), e os sa- lários ,no mesmo período, um acréscimo de 14,9% em Lisboa e 22,6% no Porto. Os salários rurais aumentaram 13,7%, mas os alimentos tiveram uma al- taãe 18,7%. tiveram Os lisboetas queixam-se do custo de vida, embora uma refeição normal num restaurante de luxo ainda custe a meta- de de uma equivalente nos arredores da Praça Mauá no Rio. O restaurante Tavares, freqüentado por Eça de Queirós e onde se tramou a queda da Monarquia, ainda mantém o preço da Fiorentina na Atlantica, com um serviço de cinco estrelas em qualquer parte do mundo. Mas o próprio Tavares foi obrigado a uma "reconversão" e criou em andar superior um anexo com servi- ço menos sofisticado — custa quase a metade do tradicional — conhecido co- mo Tavares M-L (marxista-leninista). Os restaurantes da Baixa continuam tão cheios como antigamente, mas é fá- cil conseguir lugar para almoço. Expli- ca-se: as empresas do centro não têm re- feitório e as pessoas moram longe. As- sim, recebem vales para almoçar perto de seus empregos. Isso não explica a pe- quência no jantar. Os mesmos restau- rantes, de qualidade média, estão lotados à noite. Os restaurantes de luxo não. Estes estão às moscas, com mais empregados que clientes. A clientela áo Tavares tra- dicional, áo Pabe, da Varanda do Chan- e seus equivalentes — com a ex- celer ceção do Gambrmus, freqüentado por jo- vens e políticos que já ali iam quando es- tudantes — está no exterior ou era turís- ta que deixou de vir a Portugal. lojas de importadores não diminuíram seu movimento. Algu- mas inclusive aumentaram o faturamen- to: inflação, as pessoas estão gastando o que ganham não em coisas duráveis, mas predomi- nantemente nos supérfluos. temendo os efeitos da luxo e E as Assim, a atividade da construção ci- vil ainda está praticamente paralisada por falta de compradores, mas os níveis de licenciamento de automóveis man- têm-se. Os depósitos bancários não al- cangaram os índices de 1974 e a venda de títulos, embora ofereça atrativos, não oferece garantias. E' sintomático que a atividade indus- trial esteja em crise e a comercial em al- ta. Indústria do turismo Julho é temporada de veraneio, mas os bares de Cascais fecham à lh 30m por falta de clientes. O Hotel Baia à lh está todo apagado em noite magnífica de José Silveira Enviado especial verão. No Estoril, apenas o cassino tem movimento, è fácil estacionar em todos os lugares de luxo e a gravata e o paletó nao sa0 mais exigidos. Mas o Hotel Esto- rll-Sol está nas mesmas condições do Bata. Poucos automóveis circulam pela oela_ escada costeira. O turismo diminui e poe em risco a subsistência de milha- res de pessoas. Eis os números: em 1975 o aeroporto legi trou o mais baixo movimento dos Últimos quatro anos. Em relação a 1973 houve uma queda de meio milhão de passageiros. Em 1975 entraram 2 milhões dj turistas — menos 25% que no ano an- terio". Os Estados Unidos foram o pais que provocou a maior queda — menos 56% seguido da Grã-Bretanha e dct França (22%). A Iugoslávia mandou a Portugal 25% a mais de turistas, seguida da Grécia e da Noruega (12%) Houve uma queda de 41% nas receitas. (26%) (19%) Conjuntura industrial O relatório e Segundo um relatório pormenorizado da Confederação da Indústria Portugue- sa. "o relançamento da atividade conti- nua a se mostrar difícil a despeito de, em alguns setores, terem sido registra- dos alguns sinais encorajadores". se refere ao primeiro quadrimestre foi elaborado mediante uma "folha de conjuntura" com base nas '2 questionários enviados ao respostas setor. Os custos de produção, o aumento dos encargos com pessoal, o encareci- mento das matérias-primas a quebra da produtividade — pela ordem — são a. z: js como causa da tendência. indústria extrativa, a situação mantém-se estacionária — baixa — já que a construção civil, que compra brita e mármores, está em crise. Já para ex- leve melhoria — caso portaçãa há uma da volframita. O decréscimo é originado pela redução de seis para cinco dias de trabalho semanal. As indústrias alimen- tares continuam em franca recuperação, embora tenham perdido o mercado ex- terno das ex-colônias africanas. Na e têxtil A utilização da capacidade instalada na indústria é considerada fraca. Há temor, no ramo exportador, ante as medidas protecionistas dos países impor* tadores. Na indústria de malhas e con- fecção de vestuário a crise é só de maté- rias-primas. O volume de produção utili- za quase que totalmente a capacidade instalada. A indústria de calçados, por- que não tem escala e depende do merca- do externo, não suportou o "impacto das transformações laborais" e está em crisa aguda. A indústria de madeiras também de- e está em si- indústria da cortiça transparecer relativa reanímação, as empresas de porta pende da construção civil tuação critica. A deixa particularmente elevado. o mercado A indústria de mobiliário, setor vol- tado para interno, apresen- ta-se em boa situação. Segundo um rela- tório da Confederação, "a melhoria dos rendinieatos de determinados estratos sociais foi aplicada, muna boa parcela, na aquisição e substituição de mobiliário doméstico." Nenhum empresário inquiri- do (o setor fez referência à situação fi- nanceira. Queixaram-se da falta de ma- téria-prima e do agravamento dos custos de produção. A Confederação ainda não dispõe dos resultadoj dos questionários feitos nas indiistrids químicas, metalúrgicas, de material de transporte, material elétrico e produtos plásticos. Lei protege multinacionais trabalhadores e Lisboa — Após meses de discussões e várias redações, o projeto de lei regula- mentando a constituição das comissões de o controle operário na gestão das empresas de Portugal foi aprovado. Por ele, não pode haver nem comissões nem controle operário nas companhias estrangeiras. Esta e outras restrições foram critl- cadas pela Intersindical, que também protestou contra o fato de o Governo não ter consultado previamente as orga- nisações operárias. Comunistas e extre- ma-esquerda qualificaram o projeto de "caricatura e sombra do que lnicialmen- te se quis fazer" e para a Gazeta da Se- mana. a presente às multina- cionais". é "um lei Controle operário "O controle da gestão não deve afas- tar-se de seus verdadeiros fins, nem colo- car obstáculos ao funcionamento normal das empresas, assim como não deve in- terferir na atividade dos demais órgãos gestores ou dos responsáveis hierárqul- cos das empresas" — estipula o projeto. O controle operário deve limitar-se aos aspectos econômicos da vida enxpre- sarial e será exercido por comissões de trabalhadores, eleitas por voto direto e secreto numa assembléia-geral de traba- lhadores, à qual assista a maioria dos in- teressados. As comissões terão três membros nas empresas de menos de 200 operários, seis nas de até 1 mil e nove nas maiores, e só serão formadas em empresas públicas ou privadas com mais de 50 funcionários. Ano da austeridade Foi também anunciado ontem o "ano um da austeridade" em Portugal, depois que o Primeiro-Ministro interino, Comandante Almeida da Costa, destacou que a situação econômica do pais exigirá "medidas draconianas no futuro". Acres- "A situação é muito grave centou: e se- ria eludir responsabilidades adiar estas medidas para o próximatGoverno". A Intersindical já advertiu que "os trabalhadores se oporão a uma política de recuperação capitalista que as medi- das recentemente adotadas deixam pre- ver" e alertou o Governo e o Conselho da Revolução sobre as conseqüências, "que somente poderão agravar a situação eco- nó)nica os conflitos so- ciais". e generalizar Sobre os cortes de luz, aprovados sem discussão pelo Partido Socialista, o Partido Comunista e a União Democráti- ca Popular sublinharam que são necessá- rios, "mas devem ser explicados e os tra- balhadores consultados". O Centro Democrático Social conde- nou as medidas, perguntando se se trata de "austeridade ou de sabotagem econô- mica". E a decisão do Ministério do Tra- balho de pagar aos operários em inativi- dade forçada tampouco os tranqüilizou, tendo os empresários, que já lamentam uma diminuição da produtividade, con- denr.do o fato. Não ao PS O Partido Comunista reafirmou, on- tem, em comunicado de sua Comissão Central, que negará seu apoio a um Go- verno socialista minoritário como aquele que o líder Mário Soares pretende cons- tituir, dizendo que o PCP continua tra- balhando para obter um Governo con- junto comunista-socialista. O comunicado do PCP condena os "brutais aumentos de preços e impostos recentemente propostos pelos ministros socialistas aprovados e pelo Governo apesar da oposição dos comunistas", afirmando que "somente um Governo com participação comunista poderá de- fender eficazmente as conquistas da re- voluçâo". Referindo-se aos resultados das elei,.oes presidenciais de 27 de junho, a Comissão Central do PCP reconhece ter cometido um erro de apreciação, do qual resultou a perda de 400 mil votos e'm fa- vor do candidato da extrema-esquerda, Major Otelo Saraiva de Carvalho, Juan Carlos e La Villa assistem ao juramento de Marcélino Oreja ao Rei, à Igreja e à Pátria Oposição faz Democrata-cristão exigências para da Itália quer ajudar Madri Governo de técnicos se Madri — A Oposição espanhola, ainda o novo Governo com ilegal, aceitaria colaborar trcs condições fossem cumpridas pelo Premier de ime- diato: anistia geral e ampla, suspensão do plebis- cito marcado para outubro e pronta realização de eleições gerais para apontar os verdadeiros repre- sentantes do povo. Desta forma, o secretário-gcral do Partido So- cialista Popular, Raul Morodo, definiu como "o novo Governo prestaria um grande serviço à Nação, es- tabelecendo uma autêntica reconciliação nacional através da democracia pluralista". Morodo também advertiu que a credibilidade do Governo não de- penderá de frases reformistas c, sim, de medidas concretas que viabilizem a ruptura democrática e pacífica". As reações a nova equipe ministerial, _ A maioria das organizações políticas de opo- sição preferiram aguardar o anúncio do programa do novo Governo para, então, manifestarem-se so- bre ele. Versões de que o Premier Suárez González estaria disposto a manter um diálogo aberto com os oposicionistas e, até mesmo, reconhecer coimo legal o Partido Comunista da Espanha, se as coalizões com o PC fossem desfeitas, permanecem ainda co- mo incógnitas. Esta cautela marcou, até o momento, as reações individuais dos oposicionistas. O democrata-inde- pendente Antonio Garcia Trevijano — que esteve preso recentemente por apoiar a Coordenação De- mocrática, coligação oposicionista — considerou o Gabinete "como uma tentativa de coerência do re- giine, desenvolvendo o controle de processo das re- formas e dando atenção à situação financeira", Joaquim Riuz-Gimenez, da Isquierda Democrá- tica, confessou-se confiante, mas advertiu "serem os perigos de direita mais atuais que os de esquerda". O socialista-popular Ticrno Galván qualificou de "inexpressiva" lamen- tando a ausência de elementos que integravam o Ministério anterior: "Só um Gabinente que se dis- ponha a pôr eim prática uma política audaz, com soluções rápidas e enérgicas poderia dar prestígio e notoriedade a este Governo". Enquanto a opinião em Madri era de que o Ga- binetc, se se tratasse de futebol, seria considerado um "time de segunda categoria", a imprensa prefe- riu também a prudência nos comentários. O El Pais diário aos ex-Ministros Iribarne e Areilza, "não vê grandes mudanças e acha que "a competência pessoal dos novos integrantes é, con- tudo, indiscutível". O Arriba, porta-voz da Falange, deu todo seu apoio ao Ministério e o diário católico Ya, que tem veiculado as idéias do Grupo Tácito — que ganhou notoriedade na nova equipe — reconheceu não se tratar de um grupo de políticos "que têm a mesma imagem pública do anterior", mas lembrou que se pode esperar muito da e podem surgir surpresas a qualquer momento, a começar por Suá- rez González". Falando à o novo Ministro da In- formação, Andrés Reguera, confessou "não estarem ainda muito claras as metas que procurará pôr cm IVIas estejam certos de que não daremos prática. um passo atrás. Vamos prosseguir na linha da aber- tura". imprensa, juventude liberal ligado Bascos nas ruas A posse do Ministério coincidiu com a maior manifestação autorizada pelo Governo no pais bas- co. Cerca de 200 mil pessoas reuniram-se pacifica- mente em Bilbao, na Biscáia. Um jipe militar e vários policiais abriram a passeata, mantendo dis- cretamente a segurança durante as duas horas em que os manifestantes pediaim "Anistia" e cantavam reiroes pedindo "liberdade A manifestação basca foi organizada pelos três maiores sindicatos na ilegalidade: a UGT e a USO socialistas, e as Comissões Operárias, comunistas, de acordo com a nova e democracia". lei sobre reuniões. Gabinete assume sem promessa ou discurso ' de transição". NU1ra brcve cerin,ônia> sem discursos nPmMnarnlr nem promessas, tomaram ontem posse no Palácio Z^rZU!,a os\19 Ministros do Gabinete ÍL ph?™ (cid:19)(cid:0)Primeiro-Ministro Adolfo Suárez González. O único pronunciamento, foi feito a jornalistas, in- 01(cid:0)malmente, após o ato pelo novo titular da In- formaçao. Andrés Reguera, que reconheceu ser o Ministério "Estamos conscientes — afinr.ou Reguera — que nossa missão é a de organizar a Espanha de modo democrático. Deveremos dizer ao povo, o mais rapidamente possível quais serão seus representan- tes e cm que condições", referindo-se à eleição gc- ral, marcada para A primeira reunião do Gabinete de Suárez ocor- rerá hoje, sexta-feira, mantendo uma tradição dos tempos franquistas. A Secretaria de Imprensa das Cortes desmentiu, por sua vez, versões de que o novo Premier falaria ao plenário desta Casa na próxima terça-feira, dia 13, expondo suas diretrizes políticas antes que os deputados iniciassem o exa- me da lei que reformará o Código Penal e possibi- litará a legalização efetiva de Partidos. "O plenário não está convocado para terça-feira", esclareceu o comunicado. início do próximo ano. o Roma — O Deputado de- m o c rata-cristão Giuseppe Costamagna afirmou que uma administração apolíti- ca, integrada por "técnicos com grande experiência'', deveria governar Itália até que seu Partido estives- se preparado formar uma coalizão as de- mais agremiações não co- munistas. (para com a Em visita a Roma, o Se- nador norte-americano Ja- cob Javits declarou que os Partidos italianos de centro estarão "passeando com um tigre" se permitirem a par- ticipação dos comunistas no novo Governo. Acrescentou que um plano de recupe- ração econômica elaborado pelos Partidos centristas po- deria conseguir ajuda fl- nanceira internacional. TRANSIÇÃO Costamagna foi o primei- ro orador da reunião de parlamentares democrata- cristãos convocada para de- bater o futuro da Itália de- pois das eleições nacionais de 20-21 de junho, quando os comunistas conseguiram 34,4% dos votos. O parlamentar disse que o Partido Democrata Cristão deveria apoiar um Governo de transição, for- mado por técnicos escolhi- dos entre os simpatizantes da DC e integrantes das pe- quenas agremiações não co- munistas. Informou-se que o Prl- meiro-Ministro interino, Al- do Moro, apresentará hoje sua renúncia ao Presidente Giovanni Leone. Na próxl- ma segunda-feira Leone de- verá consultas com os líderes políticos pa- ra formação do 39? Go- a verno italiano em 33 anos, a partir da queda do fascis- 1110. iniciar as PASSEIO COM TIGRE Qual seria reação dos a Estados Unidos se os comu- nistas participassem do Go- verno italiano? O Senador republicano por Nova Ior- que, Jacob Javits, respon- deu que "seria como deixar que uma senhora passeasse com um tigre. Seria o prl- meiro avanço (comunista) na Europa Ocidental e Isto provocaria muitas transfor- mações". a fim de De acordo com a agência UPI, apesar das vitórias co- munistas nas últimas eleições, a Democracia Cristã manteve sua supre- macia e pode constituir um bloco majoritário com seus aliados na Camara dos De- putados, formar um Governo sem precisar do apoio das esquerdas. Ao se referir ao plano de recuperação econômica ela- borado pelos Partidos de centro, para conseguir aju- da financeira internacional, o Senador Jacob Javits fri- sou que ele deveria ser pre- viamente apoiado pelos tra- balhadores da Itália. Londres liberta Sandro Saccucci foi Londres — o Deputado do Movimento Social Italia- no (neofacista), Sandro Saccucci, libertado on- tem, depois da revogação do mandado — ele acaba de ser reeleito, voltando a go- zar de i m u n !(cid:127) d a d e parla- mentar — pelo qual havia sido preso, mês passado, em Londres. Saccucci é acusado de jovem comunista Luigi di Rosa, em um comício no inicio de junho último. ter assassinado o A libertação do Deputado foi decidida por um juiz da londrina Corte de Bow Street em conseqüência da revogação, por parte das autoridades italianas, d o mandado de captura e do pedido de extradição à poli- cia britanica. Para que os policiais voltem le- galmente contra o Deputa- do neofacista será necessá- ria uma nova autorização do Governo italiano. Uma vez libertado, Saccucci par- tiu com sua mãe de auto- móvel para rumo desconhe- cido. a agir Terror pode Bispo é ter breve assassinado arma nuclear em Argel suficiente Londres — é apenas uma questão de tempo até que um grupo terrorista consiga plutònio para fabricar uma arma nuclear, advertiu o cientista britani- co Brian Flowers, presiden- te da Comissão Real de Contaminação Atmosférica, citando o caso da incursão israelense em Uganda como exemplo da audácia provo- cada pela instabilidade poli- tica. ao Em entrevista jornal Financial Times, Flowers afirmou que o plutònio ofe- rece uma arma única e po- derosa àqueles que estejam bastante decididos a impor sua vontade e acusou o Go- verno de não dar suficiente atenção aos problemas de segurança causados pela posse abundante deste mi- neral. Argel — Foi assassinado ontem em Argel o Bispo Au- xiliar da Arquidiocese, Mon- senhor Gaston Marie Jac- quier, de 72 anos. O Arcebis- pado que deu a notícia, não revelou a s circunstancias em que se deu o crime, nem revelou a identidade do cri- minoso. Monsenhor Gaston Jac- quier nasceu em Evian, na França. Cursou a Escola de Saint Eugéne e o Seminário Mario de Argel foi orde- nado em 1926. Vigário da Catedral de Argel e mais tarde arquivista da arqui- diocese, foi designado Chanceler em 1936 e Vigá- rio-Geral em 1946. e Em 1960, Monsenhor Jac. quier foi eleito Bispo titular de Sufasar da Mauritânia e Auxiliar do Arcebispo de Argel, ao episcopado no ano seguinte. tendo ascendido